Francis Ford COPPOLA

Cineasta Internacional da Semana

Foi o primeiro dos jovens realizadores a sair de uma faculdade de cinema e conseguir ingressar no cinema profissional, acabou criando em torno de si um grupo de protegidos (o mais famoso deles, George Lucas) e tornou-se dono de seu próprio estúdio (a Zoetrope). Mas projetos ambiciosos demais acabaram o levando à falência. Nasceu em Detroit, Michigan, em 7 de abril. Aos nove anos, contraiu poliomielite, o que o deixou preso ao leito por um ano. Foi assistindo televisão que ele começou a sentir o estímulo de fazer cinema.

Começou com um projetor de 16 mm, rodando filmes caseiros e desenhos. Em 1956, entrou na Universidade de Hofstra para estudar teatro, mas sua meta era o cinema. E em 1960 se inscreveu na UCLA, a mais famosa escola da época. No entanto se desapontou com a falta de recursos e a impossibilidade de ganhar experiência prática. Foi rodar, então, três pequenos filmes eróticos, os chamados nudies (não de sexo explícito): ''Aymon the Terrible'', ''The Peeper Tonight's for Sure'' (curiosamente exibido no Brasil como ''Os Amantes do Nudismo'') e ''The Belt Girl and the Playboy'' (cinco seqüências que foram juntadas ao filme). Essa foi a única maneira que encontrou para exercitar-se com uma câmera e montar um filme. Depois, foi trabalhar com o produtor Roger Corman, especialista em fitas baratas e famoso por ter dado a primeira chance a praticamente todos os grandes nomes da Nova Hollywood.

Seu primeiro trabalho foi dublar em inglês um filme russo, ''Battle Beyond the Sun''. Mas logo se tornou o homem de confiança de Corman e foi engenheiro de som em ''The Young Racers'' e produtor associado de ''The Terror''. Com as sobras de outra fita e o mesmo elenco, conseguiu convencer Corman a lhe deixar rodar um filme na Inglaterra: Dementia 13 (exibido na TV brasileira como ''Demência 13''). O filme passou despercebido e foi como roteirista que Coppola ficou famoso, primeiro ganhando um prêmio por ''Pilma Pilma'' (que nunca foi rodado), depois por ''Os Pecados de Todos Nós'' (Reflections in a Golden Eye, 1967, de John Huston), no qual seu nome não figurava nos letreiros. O primeiro crédito como roteirista foi em ''Esta Mulher é Proibida ( This Property Is Condemned, 1968, de Sidney Pollack). Fez também ''Paris Está em Chamas?'' (Paris brûle-t-il?, de René Clément), ''Patton - Rebelde ou Herói?'' (Patton, de Franklin Schaffner), que deu a Coppola o Oscar® de melhor roteiro em 1971, e ''O Grande Gatsby'' (The Great Gatsby, 1974, de Jack Clayton).

Em 1967 convence a Warner Seven Arts a lhe financiar ''Agora Você é um Homem'' (You're a Big Boy Now), que o consagrou e serviu, também, como tese para obter seu diploma da UCLA. Logo em seguida fez o pior filme de sua carreira: ''O Caminho do Arco-Íris'', mas pelo menos ficou conhecendo durante as filmagens um jovem que fazia estágio na produção, Lucas. Assim começou a amizade e Coppola convenceu a Warner a produzir o primeiro filme de Lucas, ''THX 1138''. Depois Coppola resolveu fazer um filme modesto, com poucos atores e um orçamento mínimo, ''Caminhos Mal Traçados'' (The Rain People), ganhador do Grande Prêmio no Festival de San Sebastian e um de seus filmes mais interessantes. E abre seu estúdio, o American Zoetrope (Zoetrope é um sistema permanente de projetar imagens em movimento rodando um cilindro), situado em São Francisco.

Lançou, em seu estúdio, cineastas hoje famosos: Carrol Ballard, Hal Barwood, John Korty, Williard Huyck, Gloria Katz, John Milius, Mathew Robbins, Martin Scorsese. Mas o fracasso de ''THX 1138'' provocou logo a crise. Retomou o sucesso com ''O Poderoso Chefão'' e ''O Poderoso Chefão 2'', ambos premiados com o Oscar® (Coppola ganhou o prêmio de direção apenas pelo segundo). Entre os dois, Coppola obteve a Palma de Ouro em Cannes por uma pequena obra-prima, ''A Conversação'', ainda seu melhor filme. Enfrentou toda sorte de problemas com ''Apocalypse Now'': um furacão que destruiu os sets; um enfarte com o ator central, Martin Sheen; a falta de colaboração do exército. Mostrado em Cannes (ainda em sua montagem não definitiva), ganhou outra Palma de Ouro. Depois, passou para a produção (com a famosa briga com Win Wenders, obrigando-o a refazer metade de ''Hammett'') e a distribuição de filmes que considerava importantes: ''Napoleão'', de Abel Gance; ''Koyaanisqatsi''; Salve-se Quem Puder - A Vida (Salvi qui Peut - La Vie, de Jean-Luc Godard).

Mas seus excessos chegam ao cúmulo com ''O Fundo do Coração'' (One From the Heart, 1982), no qual gastou perto de US$ 30 milhões. Os críticos detestaram o filme, a Zoetrope abriu falência e teve que ser vendida. A saída foi fazer filmes mais baratos: ''Vidas sem Rumo'' (The Outsiders) e ''O Selvagem da Motocicleta'' (Rumble Fish), ambos de 1983. Não foram grandes sucessos, mas se tornaram importantes. Em ''Vidas sem Rumo'' se reuniram vários dos jovens futuros astros do cinema americano: Matt Dillon, Rob Lowe, Ralph Macchio entre outros. Já com Rumble ''O Selvagem da Motocicleta'' lançou Mickey Rourke, e o filme se tornou um cult. Coppola, no entanto, voltou a enfrentar problemas com ''Cotton Club'' (brigas com o produtor Robert Evans) e ''Peggy Sue - Seu Passado a Espera''. Ou seja, tudo com Coppola continua complicado e polêmico, como sempre.

Em 1989 dirige um dos episódios de ''Contos de Nova York'' (''A Vida sem Zoe'') e logo em seguida filma a terceira e última parte de ''O Poderoso Chefão 3'', estrelada por Al Pacino. Na época Coppola recebe um Leão de Ouro no Festival de Veneza pela sua carreira. Com ''Drácula de Bram Stoker'' realiza uma bem-sucedida e fiel versão da história original, utilizando as mais variadas técnicas cinematográficas, e com Gary Oldman no papel-título. Depois de alguns anos afastado, dirige Robin Williams em ''Jack'', que conta a história de um menino que sofre de uma doença causadora do envelhecimento precoce. Adapta a obra do consagrado John Grisham em ''O Homem que Fazia Chover'' (The Rainmaker, 1997), estrelado por Matt Damon, um astro da nova geração de Hollywood. Vem ao Brasil para participar do desenvolvimento do projeto de um filme sobre Assis Chateaubriand e vence a Warner num conturbado processo em que acusava o estúdio de tê-lo impedido de concretizar seu projeto cinematográfico para ''Pinóquio''. Ainda em 1998 recebe o D. W. Griffith Award do Directors Guild of America. Seus ultimos trabalhos foram em 2000 com Supernova, 2007 - Velha Juventude e o mais recente é Tetro filmado na Argentina que conta sobre um drama familiar, feito em preto e branco.

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