Leitura do Trabalho Final

Para a correta leitura do trabalho final, por favor utilizem a página homônima, na barra superior do blog.


Saudações.

Referências Bibliográficas: Trabalho Final

BELLOTTO, Heloísa Liberalli. Como fazer análise diplomática e análise tipológica de documento de arquivo. São Paulo: IMESP/ARQ-SP, 2002. (projeto Como Fazer, 8).
BIOGRAFIA. Tempo Glauber. [Site da internet]. Disponível em: <http://www.tempoglauber.com.br/b_01.html>. Acesso em: 03 fev. 2011.

DURANTI, Luciana. Diplomática: usos nuevos para una antigua ciencia. Trad. Manuel Vázquez. Carmona (Sevilla): S&C, 1996. (Biblioteca Archivística, 5).

EDMONDSON, Ray.  Uma filosofia de arquivos audiovisuais. Preparada por Ray Edmondson e membros do AVAPIN. Programa Geral de Informação e UNISIST. aris: UNESCO, 1998.

GRUPO DE ARCHIVEROS MUNICIPALES DE MADRID. Tipologia documental municipal 2. Arganda del Rey: Ayuntamiento de Arganda del Rey, 1992.

GUIMARAES, J. A. C. ; TOGNOLLI, Natália Bolfarini . O Papel Teórico de Luciana Duranti na Diplomática Contemporânea. In: VII Congreso de Archivolgía del Mercosur, 2007, Viñas del Mar. Anales del VII Congreso de Archivolgía del Mercosur, 2007.
RECORDAR. Memória da censura no cinema brasileiro: 1964-1988. Disponível em: <http://www.memoriacinebr.com.br/>.

SOUSA, R. T. B. A Classificação como função matricial do que fazer arquivístico. In: SANTOS, V. B. (Org.).  Arquivística: temas contemporâneos: classificação, preservação digital, gestão do  conhecimento. Brasília: SENAC, 2007. p. 115-16.Acesso em: 03 fev. 2011.

Conclusões: Trabalho Final


O cineasta Glauber Rocha tem um acervo extremamente rico, composto por correspondências, roteiros de filmes, peças, poemas, entre outros. O grupo escolheu documentos relativos à produção cinematográfica “Deus e o Diabo na Terra do Sol” que teve sua realização no período da Ditadura Militar Brasileira (1964) e acabou alvo da censura de forma tardia, por mais que tenha conseguido liberação inicialmente, como demonstra alguns documentos avaliados pelo grupo.
 
Para fazer este trabalho, elencamos documentos relativos ao filme especificamente, devido ao modelo de classificação arquivística proposto pelo grupo. No decorrer da construção do trabalho, surgiram algumas dificuldades oriundas da análise dos documentos escolhidos. A principal dificuldade foi a dúvida quanto a organização das séries documentais: cada filme poderia compor um dossiê ou ter seus documentos divididos em séries distintas. Para que um conjunto de documentos se caracterize em um dossiê, é necessário que todos os documentos sejam acumulados para atender um fim específico. À grosso modo estes documentos apresentam esta característica, assim como todos os documentos arquivísticos, pois são providos de organicidade, princípio fundamental que rege esta disciplina. Entretanto, após uma análise aprofundada dos documentos, ao se tentar manter uma perspectiva função-atividade-série percebe-se que as atividades por eles refletidas são sensivelmente distintas, justificando assim sua separação em três séries. Isto é bem claro ao comparar os documentos contidos na série “apresentação ao público”, que são documentos tipicamente gerados pela atividade cinematográfica com os documentos da série “submissão ao Estado para fins de Censura”, que são documentos gerados num contexto específico da história brasileira, baseado no regime governamental vigente à época: a Ditadura Militar.
 
Este trabalho pode ajudar na discussão dos arquivos contemporâneos na medida em que as análises de documentos produzidos pela atividade cinematográfica forem aprofundadas, já que apesar de esforços esparsos, conforme bibliografia contida na página “bibliografia” deste blog, a análise arquivística de documentos de cunho cinematográfico é ainda insipiente. Pode servir como ponta-pé inicial para o aprofundamento científico sistemática da área, suscitando diversos aspectos abordados ou não em seu conteúdo.

Proposta de Classificação para os Documentos Estudados: Trabalho Final



FUNDO PESSOAL DO CINEASTA GLAUBER ROCHA

Função:      Produção Cinematográfica

Subfunção:          Produção de DEUS E O DIABO NA TERRA DO SOL

Atividades:                             Submissão ao Estado para fins de censura                
Séries tipológicas:                        - Requisição de censura 
                                                         - Fichas de censura
                                                         - Memorando de apreensão de material do filme

Atividade:                               Elaboração técnica da obra
Séries Tipológicas:                       - Roteiro do filme

Atividade:                               Apresentação ao público
Séries Tipológicas:                       - Trailer original do filme
                                                         - Banners do filme
                                                         - Anúncio de apreensão do filme
                                                         - Críticas do filme


Análise Diplomática/Tipológica: Trabalho Final



Análise 1 (Link para o documento AQUI)

Análise Diplomática
Denominação do documento: Apreensão do filme premiado Deus e o Diabo na terra do sol.
Denominação da espécie: Notícia de jornal
Data tópica: Rio de Janeiro
Data Cronológica: 25/07/1964
Gênero: Textual
Suporte: Papel de jornal
Formato: jornal
Forma: Original Múltiplo
Língua: Português

Análise Tipológica
Entidade Produtora: ASP-CM
Entidade Receptora: Leitores do jornal
Entidade Emissora: Correio da Manhã
Função Individual: Veicular a informação para o público.
Função da Série: Comprovação da penalidade de censura do filme.
Trâmite: Produção do filme – Submissão ao M.J.N.I- D.F.S.P para análise para parecer final – veiculação da notícia no jornal.
Destinação: Guarda Permanente

Análise 2 (Link para o documento AQUI)

Análise Diplomática 
Denominação do documento: Berlinda Deus e o Diabo na terra do sol.
Denominação da espécie: Crítica
Data tópica: Rio de Janeiro
Data Cronológica: 06/06/1964
Gênero: Textual e imagético
Suporte: Papel de jornal
Formato: Recorte de jornal
Forma: Original Múltiplo
Língua: Português

Análise Tipológica
Entidade Produtora: Críticos do jornal O Globo
Entidade Receptora: Leitores do jornal
Entidade Emissora: Jornal O Globo
Função Individual: Analisar a qualidade do filme
Função da Série: Receber o feedback do filme a partir da crítica especializada.
Descrição: O documento possui uma imagem de uma cena do filme “Deus e o Diabo na terra do sol”. O texto é dividido entre várias críticas de autores distintos.
Trâmite:  Lançamento do filme – Análise por parte dos críticos – Publicação no jornal
Destinação: Guarda Permanente

Análise 3 (Link para o documento AQUI)

Análise Diplomática
Denominação do documento: Requisição de censura
Denominação da espécie: Requisição
Data tópica: Brasília
Data Cronológica: 29/06/1964
Gênero: Textual
Suporte: Papel
Formato: Papel A4
Forma: Folha avulsa
Língua: Português

Análise Tipológica
Entidade Produtora: M.J.N.I – D.F.S.P
Entidade Receptora: Chefe do serviço de censura de direções públicas
Entidade Emissora: M.J.N.I – D.F.S.P
Função : Autorizar a veiculação do filme
Descrição: O documento possui vários carimbos, assinaturas e correções.
Trâmite: O interessado solicita análise de censura do filme por meio do M.J.N.I – D.F.S.P – Encaminhamento do processo ao chefe de serviço de censura de direções públicas que dá o parecer final.
Destinação: Guarda Permanente

Análise 4 (Link para o documento AQUI)


Análise Diplomática 
Denominação do documento: Ficha de censura
Denominação da espécie: Ficha
Data tópica: Brasília
Data Cronológica: 30/06/1964
Gênero: Textual
Suporte: Papel
Formato: Papel A4
Forma: Folha avulsa
Signos especiais: Assinatura do censor
Língua: Português

Análise Tipológica
Entidade Produtora: M.J.N.I – D.F.S.P
Entidade Receptora: Equipe de produção do filme
Entidade Emissora: M.J.N.I – D.F.S.P
Função: Parecer de censura do filme.
Descrição: O documento classifica o filme, faz uma crítica e ao fina dá o parecer de censura.
Trâmite: Encaminhamento do filme ao M.J.N.I – D.F.S.P para análise do filme por um técnico da área cinematográfica – Elaboração de parecer.
Destinação: Guarda Permanente

Análise  5 (Link para o documento AQUI)


Análise Diplomática
Denominação do documento: Memorando de apreensão de material.
Denominação da espécie: Memorando
Data tópica: Brasília
Data Cronológica: 25/07/1964
Gênero: Textual
Suporte: Papel
Formato: Papel A4
Forma: Folha avulsa
Signos especiais: Símbolo do Ministério da Justiça e Negócios interiores e assinatura do chefe da seção de fiscalização.
Língua: Português

Análise Tipológica 

Entidade Produtora: Chefe da seção de Fiscalização
Entidade Receptora: Chefe da seção de Censura
Entidade Emissora: Chefe da seção de Fiscalização
Função Individual: Informativo
Função da Série: Memória da censura no Brasil.
Trâmite: Recolhimento das cópias do filme – Chefe da seção de Fiscalização manda para o chefe da seção de Censura para informar a apreensão das cópias.
Destinação: Guarda Permanente

Análise 6 (Link para o documento AQUI)

Análise Diplomática 
Denominação do documento: Trailer original do filme Deus e o Diabo na terra do sol.
Denominação da espécie: Trailer
Data tópica: Bahia
Data Cronológica: 1964
Gênero: videográfico
Meio: Digital
Formato: eletrônico
Forma: Original Múltiplo
Língua: Português

Análise Tipológica
Entidade Produtora: Produções cinematográficas Copacabana Palace
Entidade Receptora: público
Função Individual: Divulgação para atrair o público.
 Função da Série: Registros das produções cinematográficas do autor.
Descrição: Cenas e narração e ao longo do filme são apresentadas críticas.
Trâmite: Elaboração do roteiro – Filmagem das cenas do filme – Edição das partes mais importantes – Elaboração do trailer.
Destinação: Guarda Permanente

Análise 7 (Link para o documento AQUI)

Análise Diplomática 
Denominação do documento: Roteiro do filme Deus e o Diabo na terra do sol.
Denominação da espécie: Roteiro
Gênero: Textual
Meio: Papel
Formato: Bruchura
Forma: Original
Língua: Português

Análise Tipológica
Entidade Produtora: Walter Lima júnior
Entidade Receptora: Glauber Rocha
Entidade Emissora: Walter Lima júnior e Glauber Rocha
Função: Serve de subsídio para a elaboração do filme
Trâmite: Transferir as idéias para um suporte - Elaboração do roteiro
Destinação: Guarda Permanente

Análise 8 (Link para o documento AQUI)

Diplomática 
Denominação do documento: Poster do filme Deus e o Diabo na terra do sol.
Denominação da espécie: Poster
Data Cronológica: 1964
Gênero: Textual e imagético
Suporte: Papel
Formato: Poster
Forma: Original Múltiplo
Signos especiais: Selo
Língua: Português

Análise Tipológica
Entidade Produtora: Produções cinematográficas Copacabana Palace
Entidade Receptora: público
Entidade Emissora: Gráfica responsável pela confecção do poster
Função: Divulgar e promover o filme, sobretudo quando em cartaz no cinema
Descrição: Imagem de um cangaceiro segurando um facão, o fundo é composto pela cor branca e letras vermelhas.
Destinação: Guarda Permanente

O Acervo: Trabalho Final

Casarão que abriga o acervo de Glauber Rocha: Templo Glauber Rocha, RJ.

O acervo Tempo Glauber foi constituído através da reunião de documentos pessoais de Glauber Rocha (1939-1981), um dos mais importantes cineastas brasileiros e cuja obra é objeto de estudo.

Ao longo de sua vida, como artista, intelectual e cidadão, Glauber Rocha viveu intensamente, produzindo uma densa obra que o transformou numa das maiores personalidades do século XX. Sua filmografia, com 11 longas e 6 curtas, teve como compromisso os impasses cruciais de seu tempo e a luta pela liberdade, no Brasil.

O acervo composto por documentos nos mais diferentes suportes materiais - manuscritos, impressos, fotografias, livros, periódicos, cartazes, desenhos, cromos, discos de vinil, fitas áudio magnéticas, entre outros. Também possui um acervo iconográfico (cartazes, reproduções e desenhos), fotográfico e também alguns diplomas, prêmios e títulos concedidos.

Em dezembro de 2010, seu acervo foi comprado pelo Ministério da Cultura e foram publicados números exatos de seu acervo: no conjunto estão os 22 filmes feitos por Glauber, além de 80 mil documentos, que incluem sua correspondência pessoal, roteiros de filmes, peças, poemas e romances. Do total, 223 roteiros e projetos de livro permanecem inéditos. O custo da transação (meio atípica no universo arquivístico, diga-se de passagem) foi de três milhões de reais.

A Censura: Trabalho Final

Com a Ditadura Militar de 1964, o Brasil passou por um período onde a censura teve o controle sobre as formas de expressão. As limitações intelectuais dos censores foi bem organizada e poderosa, tanto que frustrou sonhos, impediu caminhos, abortou promessas e calou gerações. Censura não tem a ver com classificação etária, definição de horário e de programação, tem a ver com repressão às liberdades individuais, negação do direito de livre expressão, manipulação de informações e de vidas. Sendo assim, havia no estado uma grande burocracia para a comercialização e ampla divulgação de todo o tipo de material, o que ocasionou na produção de diversos documentos com este fim, sendo obrigatória a apresentação de todo o material artístico produzi para o Estado, com o intuito de controle da produção artística e cultural do país. Isso reflete diretamente nos acervos pessoais de quem manteve algum tipo de produção na época, pois esta avaliação de censura era parte da construção de um filme, lançamento de álbum, da escrita de um livro, entre outros.

Que conta Deus e o Diabo na Terra do Sol: Trabalho Final

O argumento de Deus e o Diabo na Terra do Sol é uma síntese de fatos e personagens históricos concretos (o cangaço e o mandonismo local dos coronéis no Nordeste, o beatismo ou misticismo de base milenarista, a literatura de Cordel, Lampião e Corisco, Euclides da Cunha e Guimarães Rosa, Antônio Conselheiro e Antônio Pernambucano (jagunço ou assassino de encomenda de Vitória da Conquista). O vaqueiro Manuel se revolta contra a exploração de que é vítima por parte do coronel Morais e mata-o durante uma briga. Foge com a esposa Rosa da perseguição dos jagunços e acaba se integrando aos seguidores do beato Sebastião, no lugar sagrado de Monte Santo, que promete a prosperidade e o fim dos sofrimentos através do retorno a um catolicismo místico e ritual. Ao presenciar o sacrifício de uma criança, Rosa mata o beato. Ao mesmo tempo, o matador de aluguel Antônio das Mortes, a serviço dos coronéis latifundiários e da Igreja Católica, extermina os seguidores do beato. Em nova fuga, Manoel e Rosa se juntam a Corisco, o diabo loiro, companheiro de Lampião que sobreviveu ao massacre do bando. Antônio das Mortes persegue de forma implacável e termina por matar e degolar Corisco, seguindo-se nova fuga de Manoel e Rosa, desta vez em direção ao mar.

No início, conta a estória, tão freqüente na literatura verista do século XIX, do camponês que, num momento de desespero, mata o patrão escravista. Mas, desde o momento em que Manuel se embrenha na caatinga e se junta ao bando dos fanáticos seguidores do Santo Sebastião -- um profeta negro que afirma que um dia o mar vai virar sertão e o sertão vai virar mar e que o sol choverá ouro e que, portanto, para provocar esse milagre, é preciso matar todos os que fazem o mal, isto é, principalmente os padres e as prostitutas --, desse momento em diante, o filme conta algo de muito moderno: as alucinações, as visões, as práticas e os modos de conduta aberrantes que a fome, a miséria e a ignorância podem inspirar num povo desesperado. 

Em São Sebastião e seus seguidores, fome, ignorância e miséria fazem arder uma loucura que os impele até aos sacrifícios humanos; no cangaceiro Corisco, a cujo bando Manuel se junta depois que o Santo Sebastião e seu grupo são destruídos, fome, ignorância e miséria fomentam uma ferocidade insaciável, sistemática, demoníaca. 

Assim, o Santo Sebastião e Corisco representam Deus e o diabo, ambos deformados e transtornados pela solidão do sertão. De maneira característica, a solução do problema social representado por figuras como o Santo Sebastião e Corisco é confiada à carabina infalível de Antônio das Mortes, matador profissional, figura sinistra, melancólica e lógica de assassino visionário, o qual imagina que, uma vez eliminados o diabo (Corisco) e Deus (o Santo Sebastião), haverá então a guerra de libertação, ou melhor, a revolução, que redimirá o sertão. É assim que Antônio das Mortes fulmina o profeta e o bandido. Manuel, símbolo do povo brasileiro, escapa, testemunha viva da verdade das teses do filme." 

Alberto Moravia, trecho de artigo no semanário L’Espresso, 16/08/64, Roma.

Glauber Rocha: Trabalho Final

Glauber de Andrade Rocha nasceu em Vitória da Conquista, Bahia, em 14 de março de 1939. Aos treze anos, Glauber participa como critico de cinema do programa “Cinema em Close-Up”, na Rádio Sociedade da Bahia. Em 1957 depois de viajar por algumas cidades do Brasil com projetos cinematográficos, entra na Universidade Federal da Bahia para o curso de Direito, que cursa até o terceiro ano. Em 1958 inicia sua carreira jornalística como repórter de polícia do Jornal da Bahia. Começa sua carreira cinematográfica em 1960, além de fazer muitas publicações de artigos sobre Cinema. Em 1963 inicia as filmagens de “Deus e o Diabo na Terra do Sol”, que concorre a Palma de Ouro no Festival do Filme em Cannes. 

Esse filme é exibido no México recebendo o Prêmio da critica mexicana no Festival Internacional de Acapulco, o Grande Prêmio do Festival de Cinema Livre, na Itália e o Náiade de Ouro do Festival Internacional de Porreta Terme. Em junho de 1964 estréia no circuito carioca. Glauber Rocha é preso em novembro de 1965 em um protesto contra o regime militar no Rio de Janeiro. Essa prisão teve repercussão internacional e um telegrama de protesto foi enviado ao Presidente Castelo Branco, pedindo a soltura de Glauber. Em 1966 “Deus e o Diabo...” recebe o Grande Prêmio Latino-Americano no Festival Internacional de Mar Del Plata, o roteiro do filme foi publicado na Coleção italiana Cineforum. Inicia um exílio de 5 anos a partir de 1971 em Nova Iorque, passando por Roma e Paris. Morre em 22 de agosto de 1981 na Cidade do Rio de Janeiro devido a complicações pulmonares. Produziu em torno de 20 filmes, além de escrever matérias para vários jornais do Brasil.

Os Cineastas e a sua Arte

Quando começamos as pesquisas dos Cineastas e a sua Arte queríamos conhecer as idéias desses profissionais e como se dá a sua arte. Ao longo da leitura fomos percebemos que não existe uma técnica para ser cineasta, mas é necessário que se tenha um processo de produção, com intenções e efeitos para criar um fenômeno criativo.
Se pararmos pra pensar e analisar podemos entender que a unicidade está presente no trabalho do cineasta, já que a informação de alguma produção não será encontrada a principio em nenhum outro lugar a não ser nas idéias do cineasta. Isso se mostra no texto quando o autor nos fala que o pensamento de um cineasta é forte e denso, estruturado e proficiente.
Os cineastas têm uma forma diferente de fazer a avaliação de seus filmes, ele pode pedir a análise aos espectadores e esses podem fazer criticas construtivas ajudando a melhorar o produto, ou até mesmo quando o autor se pergunta se é isso que ele realmente quer. Podemos colocar que tudo o que é produzido não é necessariamente do autor a última palavra.
Para a profissão de cineasta não existe uma teoria do estilo, cada um tem um talento que é usado para criar imagens em movimento e fazer sua arte. Também não existe uma linguagem própria, mas existe um método onde é necessário ter um processo de produção com trabalho coletivo.
E colocando no texto o uso do nosso conceito, a palavra AUTENTICIDADE aparece diversas vezes no manual, o que nos mostra que é essencial que os outros saibam que quem fez determinado filme foi fulano de tal. Essa autenticidade não está presente só no roteiro, nas palavras de um cineasta, mas em todo cenário e até mesmo nos personagens.

Encerramento: Atividade dos Conceitos

No decorrer da disciplina, nós do Cinearq ficamos responsáveis por trazer semanalmente (desde que a atividade foi proposta) três conceitos do termo arquivístico Autenticidade.


Confessamos que nossa situação foi “menos pior” (não nos atrevemos a dizer ‘melhor’) que a de outros grupos, devido ao fato de a literatura abordar tal conceito em diversos momentos. Mesmo isso, o susto de não conter tal vocábulo no Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, publicado pela instância máxima de arquivos em nosso país, foi grande. Grande mesmo. Entretanto, seguimos em frente, de cabeça erguida.


Os conceitos encontrados, muitas vezes parecem paráfrases de um conceito lançado bem anteriormente (quando não o são de fato). Não são tão divergentes quanto outros conceitos polêmicos que encontramos na arquivística.


Luciana Durantti foi quem melhor trabalhou este conceito, subdividindo-o em três e demonstrando o resultado que cada uma destas subdivisões podem apresentar. Ela apresenta a autenticidade diplomática como “documentos escritos de acordo com as práticas do tempo e lugar indicados no texto e assinados pela pessoa competente para criá-lo”; autenticidade histórica como “documentos que atestam que sucedeu o que verdadeiramente teve lugar, informam o que é verdade” e autenticidade legal como “documentos que suportam provas sobre si mesmos, por causa da intervenção durante ou depois de sua criação, de uma autoridade pública que garante sua genuinidade”. Ninguém problematizou tão bem tal conceito quanto Durantti, o que fez com que o grupo trouxesse seus conceitos assim como apresentados para melhor tratamento a respeito do tema.


Na maioria dos conceitos encontrados pelo grupo, a autenticidade estaria ligada ao arranjo físico e intelectual do documento (bem próximo do que Durantti chama de Autenticidade Diplomática). Dessa maneira, o documento autêntico refletiria a ação que o gerou e só seria autêntico se o fizesse.  Uma afirmação mais simplista seria dizer que o documento “é o que diz ser” como é usado por alguns autores. Na prática, um contrato de vendas seria autêntico caso seu conteúdo tratasse da pactuação entre partes interessadas a respeito de uma venda.

Outro aspecto levantado foi o de o documento não sofrer intervenções visando sua alteração.  Caso um documento tenha sofrido modificações não autorizadas, com o intuito de burlar uma regra ou ludibriar uma pessoa, este documento perde autenticidade.  Um exemplo corriqueiro seria a falsificação de uma assinatura em um cheque.


Outro fator levantado foi a questão da criação, manutenção e conservação do documento de acordo com regras e procedimentos previamente estabelecidos. Então, um documento produzido em desacordo com as regras vigentes (estejam estas regras estabelecidas em leis, normas ou manuais de procedimento) não seria autêntico. Retomando o exemplo do cheque, o mesmo tem toda uma regulamentação em lei para seu uso e, caso seja produzido pelo banco ou utilizado em desacordo com a lei que regulamenta seu uso, perde sua autenticidade.

Após os estudos apresentados, o grupo se arrisca a propor um novo conceito de autenticidade, tentando englobar todas as características levantadas pelos autores encontrados, na tentativa de tratar autenticidade em sua completude:


Autenticidade: Característica documental encontrada apenas em documentos que reflitam em seus aspectos físicos e intelectuais a ação para a qual foram criados, desprovidos de intervenções externas ao seu trâmite de cunho suspeito ou duvidoso e ainda que tenham sido criados de acordo com as normas vigentes à época.


Como elaborar um conceito não é uma tarefa pra reles mortais, nós contamos encarecidamente com a ajuda dos colegas, tutores e do próprio professor para que esse conceito possa ser aprimorado.



Saudações.

Requisitos da Vez

Buscando-se seguir um padrão de boa navegação, o blog CineArq atende a muitos dos requisitos que possibilitam otimizar esta atividade, seja ela em busca de uma informação específica ou com destino em aberto segundo, como apresenta Shneiderman. Por ser um blog que busca relacionar cinema à arquivologia, muitos dos hipertextos são direcionamentos a sites sobre cinema ou ainda descritivos de informações sobre cinema. Além disso, o usuário não estará perdido ao navegar por links do blog, pois, juntamente à ferramenta do browser que nomeia os links abaixo do programa de navegação, sempre há linkssimples para sites relacionados ao assunto, mas ainda assim indicando se pertencem ou não ao blog.
Através de uma navegação consistente (pois o blog mantém a mesma estrutura em seus links internos, que é de fácil aprendizado, pois segue uma estrutura comumente encontrada em blogs) o CineArq provê um acesso as suas informações facilitado e com economia de ações, utilizando esses conceitos segundo Fleming. No entanto, apesar de não oferecer muitas alternativas diferenciadas como diferentes versões do blog, mecanismos de busca ou mapa, por conta do objetivo específico do blog em atender à disciplina, o CineArq atende ao intuito de sua criação, fornecendo as informações necessárias à um bom acesso do usuário, por conter notícias, curiosidades, links úteis e bibliografia a respeito de Cinema e Arquivologia.
Salienta-se, portanto, que o CineArq atende às necessidades requeridas de sua criação possuindo uma estrutura simples e de fácil entendimento.